O Livro da Certeza. Kitáb-i-Íqán é o termo persa para O Livro da Certeza. Como o título indica, este livro é a palavra criadora de Deus

KITÁB-I-ÍQÁN

O Livro da Certeza

REVELADO POR BAHÁ'U'LLÁH

Editora Bahá'í – Brasil

"É este o Dia em que se cumpriu o testemunho do Senhor, o Dia em que o Verbo de Deus se tornou manifesto e Sua evidência foi firmemente estabelecida. Chama-vos Sua voz, para aquilo que vos será proveitoso, exortando-vos a observar o que vos há de aproximar de Deus, o Senhor da Revelação."

Bahá'u'lláh

O KITÁB – I – ÍQÁN

O LIVRO DA CERTEZA

REVELADO POR BAHÁ'U'LLÁH

TRADUZIDO PARA O INGLÊS POR SHOGHI EFENDI

2a edição

EDITORA BAHÁ'Í BRASIL
Rua Engenheiro Gama Lobo, 267
RIO DE JANEIRO, BRASIL

Título original inglês:
The Kitáb-i-Íqán
The Book of Certitude

Traduzido do Inglês por Leonora Stirling Armstrong

Primeira Edição Portuguesa 1957
Segunda Edição Portuguesa 1977

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Composto e impresso por Estabelecimentos Gráficos Borsoi S/A, Indústria e
Comércio, à rua Francisco Manuel, 55 – Benfica – Rio de Janeiro, RJ

Esta é mais uma tentativa de apresentar ao Ocidente, embora em linguagem inadequada, este livro de preeminência insuperável entre os escritos do Autor da Revelação Bahá'í. É de se esperar que possa vir a ser de auxílio a outros em seus esforços por se aproximarem daquilo que há de ser considerado sempre como alvo inatingível – uma apresentação digna da linguagem incomparável de Bahá'u'lláh.

SHOGHI

PREFÁCIO

Kitáb-i-Íqán é o termo persa para O Livro da Certeza. Como o título indica, este livro é a palavra criadora de Deus. Foi revelado em 1862, em dois dias e duas noites, quando Bahá'u'lláh estava exilado, e anterior ao tempo em que Ele declarou publicamente Sua própria missão. A revelação deste livro cumpriu uma profecia do Báb, Precursor de Bahá'u'lláh. Em essência, esta obra é uma finalização do livro do Báb, O Bayán, e constitui uma prova do grau divino daquele jovem Arauto da Fé Bahá'í que foi martirizado em Tabríz em 1850 – acontecimento este que comoveu o Oriente, bem como a muitas pessoas ponderadas em toda a Europa durante as décadas subseqüentes.
O livro verifica o grau, também, e a missão, de cada um dos Fundadores das religiões reveladas do mundo e afirma a unidade de Seus ensinamentos. Abraão, Moisés, Cristo, Maomé são alguns dos Reveladores da Lei Divina das Eras passadas, sendo-Lhes confiadas a educação moral da humanidade. Sua sucessão é um drama cósmico que desvela o desígnio do universo. Suas Mensagens têm apresentado progressivamente o padrão da sociedade, sua verdadeira história e seu verdadeiro destino. Têm liberado o espírito coletivo que, de época em época, de Era em Era, reanima as almas dos homens, dando à vida diária sentido e propósito.

Graças a esses Manifestantes de Deus, tem a civilização progredido até alcançar novas alturas, levando um povo inteiro a uma percepção em harmonia com o tempo em que vive.

Na primavera e no prolongado verão das brilhantes estações dessas Eras passadas – para o Israel, a cristandade ou nos tempos tranqüilos do islã – a religião penetrava a atmosfera e comandava os temperamentos ou os talentos de todo tipo de homem. O denominador comum, a mais persistente característica dessas culturas distintivas tem sido o senso de dependência de Deus – o Impulsor de todas as coisas.

Aquele que busca a verdade é mais esclarecido pelas exposições que Bahá'u'lláh lhe apresenta de muitas das passagens alegóricas e abstrusas encontradas nas escrituras judaicas, cristãs e muçulmanas, que vêm de longa data confundindo e deturpando o caráter progressivo, evolutivo da Revelação.

Hoje as Palavras de Bahá'u'lláh são um chamado universal para se reconhecer mais uma vez a nova Primava Espiritual. Implica o abandono de todo preconceito e toda limitação que se baseia em padrões ancestrais – orgulho de raça, nacionalismo militante, guerra hereditária, sectarismo religioso e tudo mais que possa impedir a humanidade de erguer aquele Reino de Deus na terra, há tanto prometido – uma ordem mundial pacífica, com justiça para todos.

PRIMEIRA PARTE

EM NOME DE NOSSO SENHOR,
O EXCELSO, O ALTÍSSIMO

Homem algum haverá de alcançar a orla do oceano da verdadeira compreensão, a menos que se desprenda de tudo o que existe no céu e na terra. Santificai vossas almas, Ó vós povos do mundo, para que atinjais, porventura, o grau de elevação que Deus vos destinou, e assim possais entrar no tabernáculo que, segundo ordenou a Providência, foi erigido no firmamento do Bayán.

A essência dessas palavras é: os que trilham no caminho da fé, os que têm sede do vinho da certeza, devem purificar-se de tudo o que é terreno – os ouvidos devem eles purificar de palavras fúteis, as mentes de vãs fantasias, os corações do apego às coisas do mundo, os olhos daquilo que perece. Em Deus devem por a confiança e, n'Ele se apoiando, prosseguir em Seu caminho. Então se tornarão dignos das refulgentes glórias do sol da compreensão e sabedoria divinas e receberão uma graça que é infinita e invisível, desde que o homem não pode esperar jamais atingir o conhecimento do Todo-Glorioso, jamais sorver da corrente da sabedoria divina, jamais entrar na morada eterna, nem participar do cálice da presença e favores divinos, sem que ele antes deixe de considerar as palavras e os atos dos homens mortais como padrões para o reconhecimento e a verdadeira compreensão de Deus e Seus Profetas.
Considerai o passado. Que grande número de homens – fossem de alto grau ou humildes – em todos os tempos, têm esperado ansiosamente o advento dos Manifestantes de Deus nas pessoas santificadas de Seus Eleitos. Quantas vezes têm eles aguardado Sua vinda; quantas vezes orado para que soprasse a brisa da misericórdia divina; para que a prometida Beleza surgisse do véu que a ocultava e se revelasse ao mundo inteiro. E sempre que se abriam os portais da graça, sempre que as nuvens da bondade divina concediam suas chuvas à humanidade e a luz do Invisível brilhava sobre o horizonte do poder celestial, todos O negavam e se afastavam de Seu semblante – semblante esse do próprio Deus. Para provardes esta verdade, examinai o que foi relatado em cada um dos Livros Sagrados.
Ponderai por um momento e refleti sobre aquilo que deu origem a essa negação da parte dos que buscaram tão sinceramente e com tanto anelo. De tal violência foi seu ataque, que nem língua nem pena o pode descrever.
Não apareceu até agora nenhum Manifestante da Santidade sem que fosse alvo de negação, repúdio e veemente oposição da parte do povo a Seu redor. Assim foi revelado: "Oh! a miséria dos homens! Não lhes vem Mensageiro algum, que não seja objeto de seu escárnio". (1) Diz Ele ainda: "Cada nação tem tramado sinistramente contra seu Mensageiro, querendo prendê-lo com violência e disputar, com palavras vãs, a fim de invalidar a verdade". (2)
De modo semelhante, as palavras que emanaram da fonte do poder e desceram do céu da glória são inumeráveis e além da compreensão humana comum. Para aqueles que possuem verdadeira compreensão e perspicácia, basta, certamente, o Súrah de Húd. Ponderai no coração, por algum tempo, aquelas santas palavras e, com desprendimento absoluto, esforçai-vos a fim de compreender o que significam. Examinai a conduta admirável dos Profetas e recordai as recusas e difamações pronunciadas pelos filhos da negação e da falsidade; talvez possais fazer com que o coração humano, semelhante ao pássaro, consiga alçar seu vôo para além das moradas da negligência e da dúvida, até o ninho da fé e da certeza, e sorver profundamente as águas puras da sabedoria antiga, e participar do fruto da árvore do conhecimento divino. Tal é a parte que cabe aos puros de coração, daquele pão que desceu dos domínios eternos da santidade.

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