ALGUMAS PROFECIAS CUMPRIDAS

ALGUMAS PROFECIAS CUMPRIDAS PELA FÉ BAHÁ’Í Primeira Parte
Hoeck Miranda

1 - OBJETIVO: Este texto apresenta de forma resumida a resposta a algumas perguntas que surgem na mente dos que buscam conhecer o Plano de Deus, principalmente judeus e cristãos, quando têm a oportunidade de conhecer a Fé Bahá’i.
2 - INTRODUÇÃO:
O encontro do judeu e do cristão com a Revelação Bahá’i provoca em seu coração um enorme despertar da questão referente ao retorno do Messias e do retorno de Cristo. Esta questão pode ser considerada como a mais fundamental em relação ao mundo ocidental. Foi nesta parte do globo terrestre que se manifestou de forma eloqüente a Civilização Judaico-Cristã com grande esplendor e gloria. Portanto, à medida que judeus e cristãos possam compreender a relação profunda que existe entre a Fé Bahá’i, a Fé Judaica e a Fé Cristã, centenas de almas puras passarão a viver a sua vida espiritual em plenitude, paz e prosperidade e a face do mundo ocidental irá se transformar totalmente, para adquirir as características da nova civilização mundial, prevista em todas as escrituras sagradas. Os efeitos dos ensinamentos bahá’is no mundo ocidental serão muito profundos e de vasto alcance, provocando a tão esperada mudança nos hábitos da atual civilização. Desde 1844 a humanidade tem presenciado o aparecimento dos mais diversos movimentos filosóficos e espiritualistas, dentro de cada uma das grandes religiões reveladas por Deus ao homem. O cristianismo ocidental também foi submetido à essa grande transformação. Novos grupos se formaram no seu âmago, numa tentativa de encontrar, através da Bíblia, as explicações mais adequadas às grandes transformações que vêm ocorrendo desde o século passado, com intensidade e velocidade nunca vistas. Estas transformações evidenciam um grande despertar espiritual e material de toda a humanidade. Há uma intensa busca de soluções para as questões mais fundamentais da vida. Entre estas podemos destacar a da "justiça social", cuja busca, amparada por novos poderes mentais e espirituais, lançou sobre a sociedade humana uma onda de democracia, como nunca ocorreu anteriormente. Governos autoritários seculares foram substituídos por formas mais democráticas de governo. No campo científico, grandes descobertas têm sido comprovadas, consolidadas e incorporadas, através do desenvolvimento tecnológico, na vida das pessoas. Entre estas se destaca a enorme revolução nos meios de comunicação e de transporte, transformando toda a sociedade em uma aldeia global. Shoghi Effendi, o Guardião da Fé Bahá’i, afirmou que "a religião e a ciência são duas forças poderosas do progresso do homem". Portanto, os fatos vêm demonstrando que, da mesma forma como a ciência experimentou um enorme despertar, a partir de 1844, o fenômeno idêntico aconteceu na religião. Inúmeras tentativas de identificar as causas e os agentes desse despertar, conduziram ao surgimento dos mais diversos movimentos filosóficos e espiritualistas. Entre estes se destacam os que relacionam a força motriz do despertar, ao retorno do Messias e de Cristo. Para os bahá’is a compreensão deste fenômeno está em perfeita consonância com o aparecimento e os ensinamentos dos profetas gêmeos, Báb e Bahá’u’lláh, na Pérsia em 1844 e em 1853, respectivamente. A nova revelação espiritual liberou energias extraordinárias que serão capazes de conduzir a humanidade para o seu destino glorioso, eliminando as barreiras que separam as comunidades e as nações, unindo as religiões e estabelecendo bases mais amplas para a justiça social, a ser exercida em âmbito mundial.
3 - ESTRUTURA DESTE ENSAIO:
Ele está dividido em duas partes. A primeira relaciona os fatos históricos da Fé Bahá’i com as profecias bíblicas. Nesta primeira parte são apresentadas respostas às seguintes questões :a) Por que a Fé Bahá’i surgiu em 1844? b) Por que ela surgiu na antiga Pérsia, atual Irã? c) Por que o nome do novo Manifestante da Vontade Divina é Bahá’u’lláh, que significa A Glória de Deus? d) Por que o Manifestante da Vontade Divina que anunciou a chegada de Bahá’u’lláh se chamava Báb, que significa A Porta? e) Por que os lugares sagrados e o Centro Mundial da Fé Bahá’i se encontram no Monte Carmelo, na cidade de Haifa, em Israel? A segunda parte apresenta a relação entre a manifestação de Bahá’u’lláh e a vinda do Consolador prometido por Cristo. Nesta parte serão focalizadas as seguintes revelações feitas por Cristo: f) "Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador" ( João 14:14); g) "...mas o Consolador, a quem o Pai enviará em Meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito" ( João 14: 25 e 26); h) "Quando, porém, vier o Consolador, que Eu enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim" ( João 15: 26); i) "Ele Me glorificará porque há de receber do que é Meu e vô-lo há de anunciar"( João 16:14).
4 - POR QUE A FÉ BAHÁ’I NASCEU EM 1844?
No dia 22 de maio de 1844, na cidade de Shiraz, cerca de uma hora após o por do sol, ocorreu o encontro memorável de Mullá Hossein com o jovem Manifestante de Deus, o Báb. Mullá Hossein era um profundo estudioso do Alcorão e um grande líder do movimento espiritualista Sheikhí, que ansiosamente aguardava a vinda do Prometido, anunciado por Maomé. Os detalhes desse momento de grande sublimidade e grandeza espiritual estão descritos no livro "Os Rompedores da alvorada", relatado por Nabil, o extraordinário historiador da Fé Bahá’i e testemunha ocular de inúmeros acontecimentos históricos da Revelação do Báb e de Bahá’u’lláh. Em 1844 ocorreu um acontecimento de profunda significação histórica e religiosa. Foi a emissão, pelo governo Turco-Otomano, de um documento que ficou conhecido mundialmente como o "Édito de Tolerância". Por este documento o governo Turco-Otomano "tomaria medidas efetivas para evitar, daí por diante, qualquer intolerância religiosa"(1). Este evento permitiu que os judeus voltassem à Terra Santa. O Édito de Tolerância, foi datado de 21 de março de 1844, no equinócio da primavera, no primeiro dia de Nisan do calendário judaico, exatamente 2300 anos depois do decreto do rei Artaxerxes para a reconstrução de Jerusalém. Este decreto antigo, também foi editado no equinócio da primavera, no primeiro dia de Nisan, e marca o iníco da contagem de tempo para o regresso do Messias.(2) A volta dos judeus está relacionada com a seguinte promessa de Cristo, referente à Sua vinda: 1 - Mateus 24.3: "No Monte das Oliveiras achava-se Jesus assentado, quando se aproximaram dele os discípulos, em particular, e lhe pediram: Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século". 2 - Mateus 24.4: "E Ele lhes respondeu: vede que ninguém vos engane". 3 - Mateus 24.15: "Quando, pois, virdes a abominação da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo( quem lê, entenda)". A abominação da desolação é mencionada pelo profeta Daniel com as seguintes palavras: 4 - Daniel 8.2: "Quando a visão me veio, pareceu-me estar na cidade de Susa, que é província de Elão...". 5 - Daniel 8.13: "Depois ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do costumado sacrifício, e da visão assoladora, visão na qual era entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados? 6 - Daniel 8.14: "Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado". No evangelho de Lucas, ao responder a mesma pergunta dos apóstolos sobre a Sua vinda, Cristo revelou: 7 - Lucas 21.20: "Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação". 8 - Lucas 21.24: "Cairão ao fio da espada e serão levados cativos para todas as nações e, até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles". O escritor e estudioso das escrituras William Sears escreve:
"Jerusalém foi destruída pelo romano Tito no ano 70 e os judeus foram separados e exilados. Tentaram recuperar a liberdade em 132, liderados por Bar Cochba, mas foram arrasados pelos exércitos do imperador romano Adriano. Desta vez Jerusalém foi devastada ainda mais completamente, do que fora por Tito. O local onde existira a cidade foi revolvido e uma nova cidade foi construída sobre as ruinas da antiga, em honra a Adriano.
Os romanos foram os primeiros estrangeiros (ou gentios), depois do tempo de Cristo, a colocar por terra a cidade sagrada de Jerusalém. Os próximos estrangeiros a dominá-la e conservá-la cativa foram os muçulmanos. Durante o seu período de ocupação, também foram os judeus rigidamente excluídos de sua terra natal.Essa exclusão chega ao fim no ano de 1844".(3) O ano de 1844 assinala o cumprimento do período de 1260 anos, que é a duração da Revelação islâmica. Este período de 1260 anos estão expressos no Apocalipse como se segue: 9 - Apo. 11.2: "...mas deixa a parte externa do santuário e não a meças, porque ela foi dada aos gentios; estes por quarenta e dois meses calcarão aos pés a cidade santa". Quarenta e dois meses, cada mês com trinta dias, perfazem 1260 dias. Pela contagem bíblica, citada por Ezequiel, capítulo 4 e versículo 7, cada dia equivale a um ano. Portanto 42 meses correspondem a 1260 anos. Portanto a terra santa também seria pisada pelos gentios por 1260 anos. 10 - Apo. 11.3: "Darei às minhas duas testemunhas que profetizem por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco". ‘Abdul’Bahá, o Centro do Convênio de Bahá’u’lláh e o verdadeiro interprete dos Seus ensinamentos, explica que as duas testemunhas são Maomé, o Fundador do Islã e Alí, o Centro do Convênio de Maomé e verdadeiro interprete dos Seus ensinamentos.(4) 11 - Apo. 12.6: " A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias". ‘Abdu’l-Bahá também explica que a palavra mulher identifica a lei de Deus, expressa através da revelação feita pelos Manifestantes da Sua Vontade, que são os profetas fundadores das grandes religiões (4). A palavra mulher e seus sinônimos são usadas tanto no Velho, quanto no Novo Testamento, como significando a revelação da palavra de Deus. William Sears assinala que os 1260 anos devem ser contados segundo o calendário islâmico, que utiliza o ano lunar de 354 dias. Convertendo anos lunares em anos solares, que possuem 365 dias, verifica-se que os 1260 anos lunares correspondem a 1222 anos solares. Portanto a revelação islâmica durou 1222 anos solares. A Enciclopédia Barsa indica que a religião islâmica teve inicio no ano 622 da era cristã (5), que utiliza o calendário solar. Portanto se somarmos 622 a 1222 anos, obtemos 1844. Portanto o ano de 1844 assinala: a) a volta dos judeus para a Terra Santa e o conseqüente fim da "abominação desoladora"; b) o aparecimento desse sinal previsto para a volta de Cristo; c) a conclusão do período previsto para a revelação de Maomé; d)o aparecimento do Báb, que significa Porta, que é o Arauto da revelação de Bahá’u’lláh e o prometido da revelação de Maomé.
5 - POR QUE A FÉ BAHÁ’I NASCEU NA PÉRSIA, ATUAL IRÃ?
No capítulo 49, versículos 38 e 39 do Livro de Jeremias, estão reveladas as seguintes palavras de Deus: 12 - Jr. 49.38: "Porei o meu trono em Elão...", 13 - Jr. 49.39: "Nos últimos dias mudarei a sorte de Elão...". Na sua visão sobre as duas mil e trezentas tardes e manhãs, Daniel encontrava-se, em espírito, na cidade de Susa, que se localiza em Elão. Assim se expressa Daniel: "Quando a visão me veio, pareceu-me estar na cidade de Susa que é província de Elão..."(Dan 8.2). Elão é o nome antigo da região localizada na Pérsia, limitada a noroeste pelo rio Tigres e a leste pelo Golfo Pérsico. Os seus limites internos não são precisos, podendo se estender até a antiga capital, Persépolis, ao sul. Os seus limites a leste e a nordeste também não são precisos, podendo incluir a capital Teerã. De acorco com a Enciclopédia Barsa, Susa foi antiga capital do Elão. Nesta região nasceu o Báb. Nesta mesma região, Ele declarou a Sua missão a Mullá Hossein. A palavra trono indica a posição de comando e do exercício da autoridade máxima em uma sociedade, representada pelo seu rei. Indica, nas escrituras, o local da revelação de Deus aos homens. Logo, com a revelação do Báb, Deus assenta o Seu trono no Elão, o que significa que no Elão a Palavra de Deus é revelada. Desta forma, cumprindo as escrituras, a revelação Bahá’i tem início em 1844, na Pérsia, mais precisamente na sua região conhecida nos tempos antigos como Elão.(ver mapa) O Elão, como toda a Pérsia e também o Iraque, antiga Bábilônia, ficam localizados no oriente, em relação a Jerusalém.
6 - POR QUE O NOVO MANIFESTANTE DA VONTADE DIVINA DE CHAMA BAHÁ’Ú’LLÁH?
Após haver Pedro reconhecido a verdadeira posição de Cristo, Este começou a alertar os apóstolos sobre os seus sofrimentos futuros. As palavras de Cristo ditas naquela ocasião estão relatadas por Mateus como se segue: 20 - Mt. 16.21: "Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar aos seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto, e ressuscitado no terceiro dia", 21 - Mt. 16.24: "Então disse Jesus a seus discípulos: se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-Me". 22 - Mt. 16.27: "Porque o Filho do homem há de vir na Glória de seu Pai, com os seus anjos e, então, retribuirá a cada um conforme as suas obras". A expressão Glória de Deus é utilizada, novamente, por Cristo no episódio da morte e da ressurreição de Lázaro, quando Jesus solicita a Marta, irmã de Lázaro, que retire a pedra do túmulo. Assim revela o apóstolo João, as palavras de Cristo: 23 - J.o. 11.40: "Respondeu-lhe Jesus: não te disse Eu que se creres, verás a Glória de Deus?". A expressão Glória também foi utilizada pelo Báb em uma de suas epístolas sobre a grandeza d’Aquele que Deus tornará manifesto. Assim se expressou o Báb:
"Quando o Sol de Bahá (Glória) brilhar resplandecente acima do horizonte da eternidade, vos incumbirá apresentar-vos diante de Seu Trono". "Deveis Lhe pedir os admiráveis sinais de Seu favor, para que Ele, benevolamente, vos revele o que Ele quiser e desejar, desde que, nesse Dia, todas as revelações da graça divina haverão de circundar o Assento de Sua Glória e emanar de Sua presença - pudésseis vós apenas compreendê-lo".(6)
Ezequiel viu a Glória de Deus vindo pelo caminho do oriente e assentando no seu trono, após ter passado pela porta que olha para o oriente. Em um dos períodos mais críticos de perseguições aos seguidores do Báb, no Irã, Bahá’u’llah, que era conhecido pelo seu nome de batismo Mirzá Hossein Ali e que se destacava como um grande líder da comunidade Bábí, foi encarcerado na pior masmorra de Teerã, o Síyáh-Chal, ou seja o Fosso Negro, onde ficou cerca de quatro meses. O local era um antigo reservatório de água de um banho público, com obscuridade tétrica, ar fétido, atmosfera úmida e extremamente fria e sem ventilação, onde não havia as mínimas condições de higiene. Não obstante esta situação, terrível sob todos os aspectos, Bahá’u’lláh ficou com os pés presos a um tronco e no seu pescoço foi colocada a cadeia mais pesada do Irã, o que iria provocar profundos ferimentos e inflamações no seu pescoço, cujas marcas Ele as carregou por toda a Sua vida.
Para aumentar o sofrimento de Bahá’u’lláh, todos os dias, vários companheiros Bábís eram levados para execução. Nestas terríveis circunstâncias Bahá’u’llah recebeu a missão de Manifestante da Vontade Divina. Este momento místico é descrito por Bahá’u’lláh em sua epístola denominada Súratu’l- Heikal( Epístola do Templo), nas seguintes palavras:
"Enquanto mergulhado em amarguras, ouvi uma voz, a mais doce e maravilhosa, a chamar sobre a Minha cabeça. Voltando o Meu rosto, vi uma Jovem - a personificação do Nome do Meu Senhor - suspensa no espaço diante de Mim. Tão jubilosa estava em sua própria alma, que seu semblante irradiava a graça Divina e suas faces inflamavam-se com o esplendor do Todo-Misericordioso. Pairando entre o céu e a terra, fez uma exortação que cativou o coração e a mente dos homens. Deu-me a conhecer as boas novas que alegraram todo o Meu Ser e as almas dos honrados servos de Deus. Apontando para a Minha cabeça, dirigiu a todos os que estavam no céu e a todos os que estavam sobre a terra dizendo: "Por Deus! Este é o Mais Amado em todos os mundos, mas ainda não compreendeis isso! Ele representa a Formosura de Deus entre vós e o poder de Sua Soberania em vosso seio - saberíeis se vos fosse dado entender! Este é o Mistério de Deus e Seu tesouro, a Causa de Deus e Sua Glória, para todos os que estão nos domínios da Revelação e nos reinos criados - saberíeis se estivésseis entre aqueles que percebem!" (7).
Verifica-se, portanto, que o título Glória de Deus ou Glória da Causa de Deus, ou Glória do Senhor, ou Glória do Pai, desde o princípio, está associado à manifestação de Bahá’u’lláh, desta forma realizando o que foi prometido nas sagradas escrituras, tanto no Velho, quanto no Novo Testamento.
7 - POR QUE O MANIFESTANTE DA VONTADE DIVINA QUE ANUNCIOU A VINDA DE BAHÁ’U’LLAH SE CHAMAVA BÁB, QUE SIGNIFICA PORTA?
O significado da Porta é revelado por Cristo, conforme relata o apóstolo João, nas seguintes palavras: 24 - Jo. 10.1: "Em verdade, em verdade vos digo: o que não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, esse é ladrão e salteador". 25 - Jo. 10.2: "Aquele, porém, que entra pela porta, esse é pastor das ovelhas". 26 - Jo. 10.3: "Para este o porteiro abre, as ovelhas ouvem a sua voz, ele chama pelos nomes as suas próprias ovelhas e as conduz para fora". A palavra porta, no plural, é mencionada por João no Apocalipse, como se segue: 27 -Apo. 22.14: "Bem aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras, para que lhes assista o direito à árvore da vida e entrem na cidade pelas portas". Bahá’u’lláh explica que a expressão "árvore da vida" se refere à Revelação de Deus, porque é a Revelação de Deus que vivifica a alma dos homens e ressuscita os seus espíritos.
Para que as pessoas, que vivem nesta era, conheçam a árvore da vida, é necessário conhecer a Porta, ou seja o Arauto de Bahá’u’llah. Sendo a Palavra de Deus revelada em etapas sucessivas, cada uma delas é a Porta, para o conhecimento da Vontade de Deus, que se manifesta de tempos em tempos. Explicando sobre a sua volta, Cristo mencionou o aparecimento dos falsos profetas. Portanto um dos critérios para se julgar a veracidade do Manifestante de Deus, é verificar se Ele se manifestou através de uma Porta Mística, como Bahá´u´lláh se manifestou através da revelação espiritual proclamada pelo Báb e que anunciava a chegada de um Profeta “do qual ele não era digno de desatar as sandálias”.
Bahá’u’llah, como Manifestante da Vontade de Deus, foi precedido de um arauto que atuou como uma porta mística, para que as pessoas pudessem reconhece-lO e aceitá-lO. Se assim não tivesse acontecido, não teria sido cumprida a profecia indicada por João, no capítulo 10, versículo 1: "Em verdade, em verdade vos digo: o que não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, esse é ladrão e salteador".
8 - POR QUE OS LUGARES SAGRADOS DA FÉ BAHÁ’Í FICAM NA TERRA SANTA?
Bahá’u’lláh foi exilado, como prisioneiro, da Pérsia para Bagdá, no Iraque, onde, no dia 21 de abril de 1863, declarou publicamente a Sua missão de Manifestante da Vontade de Deus. Esta declaração aconteceu nos arredores de Bagdá, no local conhecido, pelos bahá’is, como Jardim de Ridván. Sobre a grandeza desse momento Bahá’u’lláh revela:
"Levanta-te e proclama à criação inteira, as novas de que Aquele que é o Todo-Misericordioso dirigiu os passos para o Ridván e ali entrou. Guia o povo, pois, ao deleitável jardim que Deus fez o Trono de Seu Paraíso".
De Bagdá, Bahá’u’lláh foi exilado para Constantinopla, atual Istambul, e de lá para a cidade de Aca, ou Acre, na Terra Santa, onde concluiu o seu ministério, e onde está enterrado, santificando esse lugar para sempre. Após a chegada de Bahá’u’lláh os restos mortais do Báb foram transferidos da Pérsia para a Terra Santa e enterrados no Monte Carmelo. Os sucessivos exílios de Baha’u’lláh e a Sua chegada à Terra Santa, bem como a chegada dos restos mortais do Báb, marcam o cumprimento de várias profecias de Ezequiel. Ezequiel estava exilado, após a invasão de Israel pelos exércitos de Nabucodonossor, rei da Bábolônia, quando, no trigésimo ano do seu exílio, foi escolhido por Deus para exercer a sua missão profética. Em uma de suas visões Ezequiel foi transportado para o cume de uma alta montanha, em Israel, onde viu uma construção, semelhante a um edifício de cidade, cuja descrição indica ser o trono de Deus. Ezequiel é guiado por um ser espiritual, semelhante ao homem, que lhe mostra todos os detalhes dessa construção. Após a visita, Ezequiel é conduzido até a porta que olha para o oriente e descreve: 14 - Ez. 43.1: "Então me levou à porta, à porta que olha para o oriente", 15 - Ez. 43.2: "E, eis que, do caminho do oriente vinha a Glória de Deus de Israel; a sua voz era como o ruído de muitas águas e a terra resplandeceu por causa da sua glória", 16 - Ez. 43.4: "A Glória do Senhor entrou no templo, pela porta que olha para o oriente", 17 - Ez. 43.5: "O Espírito me levantou e me levou ao átrio interior; e, eis, que a Glória do Senhor enchia o templo", 18 - Ez. 43.6: "Então ouvi uma voz que me foi dirigida do interior do templo e um homem se pôs de pé junto a mim e me disse:" 19 -Ez. 43.7: "Filho do homem, este é o lugar do Meu trono e o lugar das plantas dos Meus pés, onde habitarei no meio dos filhos de Israel, para sempre". A história da Fé bahá’i está plenamente de acordo com a visão de Ezequiel.
Primeiro porque Bahá’u’lláh chega a Israel, como exilado, vindo pelo caminho do oriente. Por onde passou, milhares de pessoas tiveram a oportunidade de vê-lO, de conhecer e a Sua revelação e de ouvir a Sua voz.
Segundo porque Bahá’u’lláh é o título espiritual do Manifestante da Vontade de Deus e significa a Glória de Deus ou Glória do Senhor. Terceiro porque a chegada de Bahá’u’lláh foi anunciada pelo profeta denominado Báb, que significa Porta. O Báb nasceu e se declarou no Elão, que fica a oriente de Jerusalém. Logo o Báb é a Porta do oriente, pois é através dessa revelação que a Glória de Deus vem do oriente até a Terra Santa. A revelação do Báb foi prometida por Maomé, que viveu e ensinou na península arábica. Esta fica a oriente de Jerusalém. Logo a revelação do Báb também é a Porta que olha para o oriente, porque a Sua Revelação faz o elo entre a Revelação de Maomé e a Revelação de Bahá’u’lláh.
Após a chegada de Bahá’u’lláh na Terra Santa, os restos mortais do Báb foram para lá transferidos. Embora a população e as autoridades estivessem mobilizadas contra os bahá’is, pouco a pouco a influência vitalizadora de Bahá’u’lláh foi transformando aquela região, tanto o povo como o seu clima. Quando foi amenizada a rigidez da prisão, Bahá’u’lláh, em companhia de ‘Abdul’Bahá, o exemplo perfeito dos Seus ensinamentos, visitaram o Monte Carmelo. Em uma das visitas, Bahá’u’lláh indicou a ‘Abdul’Bahá o local onde deveria ser erguido um santuário para o Báb. Assim foi realizado. Nessa mesma montanha os bahá’is, sob a orientação da Casa Universal de Justiça, órgão supremo da Ordem Administrativa de Bahá’u’lláh, construíram uma série de edifícios que formam o Centro Mundial e Administrativo da Fé Bahá’i.
Entre eles se encontram a sede da Casa Universal de Justiça, os Arquivos Internacionais e a Biblioteca Bahá’i, o Centro de Estudos dos Textos Sagrados e o Centro Internacional de Ensino. Iluminando, guiando e protegendo o Centro mundial estão o Santuário do Báb e o Santuário de Bahá’u’lláh, este último, construído em Bahjí, nas imediações de Aca, na outra extremidade da baía de Haifa. Desta forma, os profetas gêmeos da Nova Revelação, as duas Trombetas, habitam no meio dos filhos de Israel, para sempre, cumprindo-se o que fora prometido por Deus a Ezequiel.
No Monte Carmelo estão os patamares do Santuário do Báb, pelos quais reis e governantes afluirão, para prestar a sua homenagem no limiar da Porta, que conduz ao conhecimento da Revelação de Bahá’u’lláh.
A Casa Universal de Justiça tem se referido ao conjunto de edificações como a Metrópole do Reino de Deus na Terra, de onde irradiarão as luzes espirituais que iluminarão a nova civilização. (ver slides e/ou fotos) Estas construções no Monte Carmelo cumprem as seguintes profecias reveladas por Miquéas, no Velho Testamento: 28 - Mq. 4.1: "Mas, nos últimos dias, acontecerá que o monte da Casa do Senhor será estabelecido no cume dos montes e se elevará sobre os outeiros e, para ele afluirão os povos". 29 - Mq. 4.2: "Irão muitas nações e dirão: vinde e subamos ao monte do Senhor e à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos e andemos pelas suas veredas; porque de Sião procederá a lei e a palavra do Senhor de Jerusalém". 30 - Mq. 4.3: "Ele julgará entre muitos povos e corrigirá nações poderosas e longínquas, estas converterão as suas espadas em relhas de arados e as suas lanças em podadeiras; uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra".
Em uma de suas epístolas, Bahá’u’lláh discorre sobre o significado da Revelação Bahá’i nas seguintes palavras: "O tempo predestinado para os povos e as raças da terra é chegado agora. As promessas de Deus, como as registram as Sagradas Escrituras, foram todas cumpridas. De Sião procedeu a lei de Deus e Jerusalém, suas colinas e sua terra estão plenas da glória de Sua Revelação"(8).
Em outra epístola Bahá’u’lláh revela:
"O que o Senhor ordenou como o remédio soberano e o mais poderoso instrumento para a cura do mundo inteiro, é a união de todos os seus povos em uma Causa Universal, em uma Fé comum. Isto de modo algum se há de realizar, salvo através do poder de um Médico hábil, onipotente e inspirado. Isto deveras é a verdade e tudo o mais não é senão erro".(9)
Na Epístola do Carmelo, Bahá’u’lláh revela as seguintes passagens:
"Apressa-te, ó Carmelo, pois eis, a luz do Semblante de Deus, Quem rege o Reino dos Nomes e moldou os céus, sobre ti se ergueu". "Apressa-te a sair e circundar a Cidade de Deus que se fez baixar do céu, a Caaba celestial, a cujo redor têm circulado, em adoração, os favorecidos de Deus, os puros de coração e a companhia dos mais excelsos anjos"(10)

9 - BIBLIOGRAFIA DA PRIMEIRA PARTE:
(1) - William Sears: "O ladrão na noite", Ed. Bahá’i, Rio, 1976, pg. 23; (2) - Idem, pg. 29; (3) - Idem, pg. 22; (4) - ‘Abdu’l-Bahá: "O Esplendor da verdade", Ed. Bahá’i, Rio, 1975, pg. 55; (5) - Enciclopédia Barsa, S. Paulo, 1987, Vol 12, pg. 6225; (6) - Seleção dos escritos do Báb", Ed. Bahá’i, Rio, 1978, pg. 167-8; (7) - Shoghi Effendi: "A Presença de Deus", Ed. Bahá’i, Rio, 1981, 152-3; (8) - Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh, Ed. Bahá’i, Rio, 1977, pg. 20; (9) - Idem, pg. 162; (10)-Epístolas de Bahá’u’lláh. Ed. Bahá’i, 1983, pg. 11-12.

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